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Com a crescente preocupação da sociedade, dos governos e do mercado com o meio ambiente e o futuro do planeta, a mobilidade elétrica é uma das principais frentes para reduzir o impacto da atividade humana na natureza.

 

O mercado de mobilidade e veículos elétricos – particulares e coletivos – vem crescendo a passos largos em todo o mundo, levando potências a anunciarem o banimento de veículos a combustão para os próximos anos. Entenda o que é mobilidade elétrica, veja os avanços que têm acontecido no Brasil e no mundo e quais são as principais tecnologias e inovações. Acompanhe!

 

O que é mobilidade elétrica

Mobilidade elétrica é o termo que define a eletrificação dos meios de transporte, como carros, ônibus, motos e até mesmo bicicletas e patinetes. Dentro dessa definição entram também os chamados veículos híbridos, que operam tanto por sistemas de propulsão elétrica quanto por outro tipo de energia, como combustão interna – seja com uso de combustíveis fósseis ou biocombustíveis.

Em um contexto global de busca por práticas sustentáveis e por soluções urbanas que melhorem a qualidade de vida e facilitem a circulação de pessoas pelas cidades, a mobilidade elétrica se destaca como grande tendência já a curto prazo.

Nesse sentido, o impacto mais perceptível da mobilidade elétrica diz respeito ao meio ambiente. De acordo com um levantamento do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), os automóveis movidos a combustíveis fósseis são responsáveis por mais de 72% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera.

Embora se discuta os impactos ambientais da produção de veículos elétricos, da energia necessária para movê-los e das próprias baterias que os alimentam, os benefícios das eletrificações de veículos particulares e coletivos são inegáveis e sobrepassam potenciais desvantagens para a natureza. E isso não se deve apenas à menor emissão de gases nocivos à atmosfera, como também à redução da poluição sonora, sobretudo nos grandes centros urbanos.

De fato, existem pesquisas que certificam o impacto dos ruídos causados pela circulação de veículos convencionais na saúde da população, considerando-os, inclusive, um problema de saúde pública. A mobilidade elétrica também traz vantagens no que se refere aos custos. Isso pode ser explicado, em parte, pelo fato de, geralmente, a eletricidade ser mais barata que os combustíveis.

Além disso, veículos elétricos apresentam maior eficiência, reduzindo o custo por quilômetro rodado para cerca de 1/3 do valor que seria gasto com um veículo a gasolina, já para patinetes ou bicicletas elétricas em termos de economia é extremamente maior, além de fazer com que o investimento da compra de um produto como este seja retornado em pouco tempo.

Por fim, por conta do interesse da sociedade e das empresas em estimular a sustentabilidade, a mobilidade elétrica tem se beneficiado de incentivos fiscais importantes, que visam a incentivar o desenvolvimento e comercialização de veículos elétricos, como o desconto ou isenção de IPVA para automóveis eletrificados. 

 

Avanço da mobilidade elétrica

A mobilidade elétrica parece um movimento irreversível, e isso pode ser comprovado pelos números mundo afora. Dados de 2018 já mostravam um crescimento de 55% da frota mundial de veículos elétricos, ultrapassando 3 milhões de unidades em todo o mundo.

Países como China, Reino Unido, França, Índia e Noruega têm planos para banir a comercialização de carros movidos a gasolina e diesel até, no mais tardar, 2040. No Congresso brasileiro, tramita um projeto de lei que visa a proibir a venda de carros a combustíveis fósseis até 2030 e sua circulação até 2040.

O Brasil acompanha o crescimento desse movimento, mesmo que a passos mais lentos. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o primeiro semestre de 2020 registrou um aumento de 221% no número de unidade comercializadas, sendo que junho obteve os melhores índices de vendas de toda a série histórica.

Atualmente, são mais de 30 mil veículos em circulação em todo o País, e a expectativa do setor é que cheguemos a 2030 com cerca de 1 milhão de unidades. Esse número representaria cerca de 5% da frota nacional contra os 0,02% atuais. E é possível notar o crescimento da mobilidade elétrica nas cidades brasileiras.

De acordo com a empresa Marcopolo, a previsão é que os ônibus elétricos correspondam à metade da frota nacional em até 10 anos.

Nesse sentido, as cidades de São Paulo e Campinas se destacam pelo uso de veículos elétricos e híbridos no sistema de transporte coletivo. Já cidades como Brasília e Salvador estão em fase de testes.

Por fim, outra medida que deve revolucionar o setor é a introdução dos caminhões elétricos no mercado.

 

Inovações no setor

Um dos grandes gargalos no que diz respeito à mobilidade elétrica é também seu grande trunfo: as baterias. Empresas de todo o mundo têm trabalhado para desenvolver soluções que forneçam mais autonomia e menor tempo de carga para os usuários.

Nesse sentido, novas pesquisas levam à descoberta de novas alternativas. A empresa americana Enevate, por exemplo, apresentou uma nova bateria que carrega 75% de sua carga em apenas cinco minutos. A GM, por sua vez, lançou uma bateria que fornece autonomia de até 645 km para carros elétricos.

Outra solução criada pensando em praticidade e conforto foi criada pela BMW. A montadora alemã criou o primeiro carregador wireless para carros elétricos. Inicialmente disponível apenas para Estados Unidos e Canadá, o carregador consiste em uma placa instalada no chão. Para carregar, basta parar o carro sobre ela.

E na esteira do uso de fontes renováveis, montadoras como Hyundai e Kia deram um passo à frente e anunciaram o lançamento de modelos com placas solares acopladas ao teto ou capô dos veículos. Com isso, as baterias seriam carregadas conforme o automóvel circula.

Ao que tudo indica, a mobilidade elétrica é um caminho sem volta. Mais do que a preocupação com o meio ambiente, trata-se de entender a finitude das reservas de combustíveis fósseis e os benefícios que essa tecnologia pode proporcionar a curto e longo prazos.

Fonte: Cesare Quinteiro Pica


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